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A Escola Brasileira Virou um Baile Funk


Se você chegou até aqui, é um sinal que sabe ler. Se está entendendo completamente o que está escrito aqui, já não se encaixa mais na categoria de analfabeto funcional – aquele que consegue ler as palavras, mas não compreende o sentido da frase.

Sinta-se privilegiado: 38% dos acadêmicos do país são considerados analfabetos funcionais. Entre os alunos do último ano do Ensino Médio da rede pública, 78,5% não apresentaram proficiência mínima em leitura. Já na prova de Matemática, 95% apresentaram não demonstrar domínio sobre conhecimentos básicos esperados para sua idade.

São números alarmantes. Os problemas da nossa educação não atingem metade dos alunos, não atingem só a “turma do fundão”: ela se mostra na absoluta maioria dos alunos – e boa parte daqueles que se destacam sabem apenas o básico.

Estes índices, no entanto, são apenas a ponta do iceberg: os números da educação brasileira vão de mal a pior em praticamente todos os indicadores, apesar de investirmos proporcionalmente mais que países como a Espanha, Coreia do Sul, Alemanha, Canadá e Estados Unidos.

Na lista abaixo você confere essas e outras estatísticas sobre a nossa “Pátria Educadora”.

- A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) mantém um ranking da educação em 36 países, no qual o Brasil atualmente amarga a penúltima posição, à frente somente do México. Como critérios avaliados pela organização estão o desempenho dos alunos no PISA, a média de anos que os alunos passam na escola e a porcentagem da população que está cursando ensino superior.

Como destaques no ranking aparecem Finlândia, Japão e Suécia.

- Dados da OCDE mostram que os salários dos professores brasileiros são extremamente baixos quando comparados a países desenvolvidos. Os valores fazem parte do estudo Education at a Glance 2014, que mapeia dados sobre a educação nos 34 países membros da organização e 10 parceiros, incluindo o Brasil.

De acordo com o estudo, um professor em início de carreira que dá aula para o ensino fundamental em instituições públicas recebe, em média, 10.375 dólares por ano no Brasil. Em Luxemburgo, o país com o maior salário para docentes, ele recebe 66.085 dólares. Entre os países membros da OCDE, a média salarial do professor é de 29.411 dólares. Quase três vezes mais que o salário brasileiro.

Até mesmo em países da América Latina como Chile e México, os professores recebem um salário consideravelmente maior que o brasileiro, 17.770 e 15.556 dólares respectivamente. Entre os países mapeados pela pesquisa, o Brasil só fica à frente da Indonésia, onde os professores recebem cerca de 1.560 dólares por ano. Os valores são de 2012, com dólares ajustados pela paridade do poder de compra (PPC).

- O Ministério da Educação divulgou o balanço final da edição de 2014 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Você pode conferir clicando aqui.

Entre os alunos participantes, 529.374 obtiveram nota zero na redação da prova (8,5% dos candidatos). Deste número, foram anuladas 248.471 redações. O MEC informou ainda que 250 candidatos tiveram nota mil na redação – a máxima possível. Além disso, pouco mais de 35 mil alunos obtiveram notas entre 901 e 999.

As provas objetivas são as de ciências da natureza, ciências humanas, matemática e linguagens e códigos. A proficiência nestas provas também não surpreende. Considerando que muitos acertos acontecem devido à sorte e chutes dos participantes, podemos concluir que as médias não são nada mais que medíocres.

- Dados divulgados pelo TSE revelam que, para as eleições de 2014, o Brasil tem 142,8 milhões de eleitores. Desses, 5,2% (7,4 milhões) se declaram analfabetos enquanto outros 12,1% (17,2 milhões) declaram não ter nenhuma educação formal e só saber ler e escrever. Apenas 5,6% (8 milhões) disseram possuir ensino superior completo.

O TSE ressalva que, como os dados são baseados na escolaridade declarada pelo eleitor, em muitos casos ele se cadastra com um determinado grau de instrução e não volta ao cartório eleitoral para atualizar essa informação.

O gráfico abaixo é no mínimo deprimente. Não que um diploma signifique muita coisa, ainda mais hoje em dia. Mas se mais de 50% sequer terminou o ensino médio, o que podemos esperar? Será que temos um grande número de autodidatas no país? Certamente que não!

- De acordo com levantamento divulgado pela Unesco, o Brasil possui a oitava maior população de adultos analfabetos. São cerca de 14 milhões de pessoas.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), com dados coletados em 2012, mostra que a taxa de analfabetismo da população com 15 anos ou mais teve alta entre 2011 e 2012, passando de 8,6% para 8,7%.

- A ONG Todos Pela Educação compilou em 2013 os resultados de exames realizados com alunos de todos os estados do país para determinar os níveis de aprendizado principalmente nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática.

Os números são desanimadores. Apenas 4,9% dos alunos do 3º ano do Ensino Médio matriculados na rede pública atingiram a nota mínima para terem seus conhecimentos considerados adequados pelos examinadores – ou seja, menos de 5% dos alunos sabiam o que deveriam saber.

- Há hoje no país 9 milhões de pessoas que até conseguem ler, mas não conseguem interpretar o sentido da frase – são, por definição, analfabetos funcionais. Mas estes 9 milhões que me refiro não são compostos de alunos do Ensino Fundamental ou adultos que largaram os estudos antes de se graduarem: são todos estudantes ou graduados do nível superior, cerca de 38% da nossa massa acadêmica.

Por que o Brasil possui um dos piores índices de educação do mundo?

Uma breve explicação e diagnóstico da situação caótica em que o país se encontra. A partir deste vídeo, muitas pesquisas podem ser feitas e suas dúvidas serão esclarecidas.

Fontes:

Mais fontes linkadas no texto.

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